A pólis grega era o modelo de cidade-estado da Grécia Antiga, organização fundamental para o desenvolvimento da cultura grega no final do período homérico, período arcaico e período clássico. O termo “polis” em grego significa “cidade”. Note que a pólis grega representa a base do desenvolvimento do conceito de cidade tal qual conhecemos hoje. A pólis surge no século VIII a.C., atingindo seu apogeu nos séculos VI e V a.C. Anteriormente, as pessoas se reuniam em pequenas aldeias (comunidade gentílicas agrícolas, denominadas “genos”) com terras de uso coletivo. A expansão demográfica e do comércio foram as principais causas para o surgimento da pólis, que incluía o campo e a cidade (centro). Foram, portanto, essenciais para fortalecer a organização dos membros da sociedade grega.
A pólis era composta por uma região urbana,
onde ficavam a ágora (praça central que servia para reuniões públicas), o
templo e o mercado onde eram realizadas as trocas. A área rural era formada
pelos campos vizinhos à cidade, cultivados tanto por camponeses livres quanto
por escravos. O poder era exercido pelos dono de terra. Cada cidade-Estado
grega era um centro político, social e religioso autônomo, ou seja, possuía sua
classe dominante, deuses e um sistema de vida próprios. Sua economia era autossuficiente
e cada cidade-estado era governada por um rei, o basileus, auxiliado por um
conselho formado por representantes da aristocracia e uma assembleia popular
composta pelos cidadãos, aqueles que tinham direitos políticos. A pólis era
controlada por uma oligarquia aristocrática e possuía uma organização própria
e, portanto, independência social, política e econômica.
A sociedade da Grécia Antiga se organizava de forma hierárquica e estratificada, com cada indivíduo ocupando um lugar específico na sociedade. A estrutura social era baseada na propriedade da terra e no nascimento, sendo que os homens livres eram os principais detentores de poder político e econômico. No topo da hierarquia estavam os aristocratas, ou nobres, que possuíam a maioria das terras e controlavam a política e a economia das cidades. Eles eram seguidos pelos cidadãos, homens livres que tinham direito a participar da vida política e militar, mas que tinham que cumprir determinados requisitos, como serem nascidos na cidade ou terem pais que eram cidadãos. Abaixo dos cidadãos estavam os metecos, estrangeiros que viviam nas cidades gregas e que não tinham direitos políticos, mas podiam ter sucesso na vida comercial e artesanal. Na base da hierarquia social estavam os escravos, que eram capturados em guerras ou nasciam em cativeiro e eram usados principalmente para trabalhar nas propriedades rurais. Dessa forma, a educação na Grécia Antiga era voltada principalmente para a formação dos cidadãos, que recebiam uma educação física e intelectual que incluía treinamento militar, música, poesia e filosofia. As mulheres, por sua vez, recebiam uma educação mais restrita, voltada para as atividades domésticas e a maternidade.
Na Grécia Antiga, a escravidão era uma prática comum e desempenhava um papel importante na sociedade. Os escravos eram considerados propriedade e não tinham direitos ou liberdade. Eles eram adquiridos através de várias formas, como guerra, comércio e até mesmo por nascimento, onde os filhos de escravos também eram escravizados. Os escravos na Grécia Antiga eram utilizados em várias áreas, como trabalho doméstico, agricultura, mineração, artesanato e até mesmo como tutores educacionais. Além disso, muitos escravos eram utilizados como servidores do Estado e do exército. A vida dos escravos na Grécia Antiga variava dependendo do seu dono. Alguns escravos eram tratados com relativa benevolência, enquanto outros sofriam maus-tratos e abusos. A condição dos escravos também dependia do seu trabalho e habilidades, sendo que escravos especializados podiam ter uma posição mais valorizada. Vale ressaltar que, apesar da escravidão ser uma prática comum na Grécia Antiga, nem todos os gregos eram proprietários de escravos. Aqueles que possuíam escravos eram geralmente os mais ricos e poderosos da sociedade.
As principais atividades econômicas da maioria das cidades estado gregas relacionavam-se com a agricultura, mas existia também uma atividade comercial intensa, particularmente o comércio marítimo. Em meados do século V a. C. Atenas caracterizava-se por ter uma forte economia baseada no comércio marítimo, na produção artesanal e na exploração mineira. O instrumento de troca privilegiado era a moeda ateniense, o dracma. As atividades económicas da maioria das polis gregas assentavam na agricultura. No entanto, o artesanato e o comércio eram outras das atividades desenvolvidas. O facto de os gregos se terem expandido pelo Mediterrâneo, com a fundação de colónias, possibilitou um intenso tráfico marítimo e comercial com a Grécia. A intensa atividade comercial desenvolvida também se fez sentir na Península Ibérica.
A presença dos gregos
teve um grande impacto nas populações indígenas, ao nível da cunhagem de moeda,
e introdução de novas culturas, novas técnicas agrícolas, indústrias de salga
de peixe, fabrico de cerâmica e tecidos. Deste modo, as atividades económicas
nas quais assentava a economia dos gregos, repercutiu-se por todo o espaço
mediterrânico e também chegou, direta ou indiretamente, à costa atlântica. A
influência grega, evidenciada pela arqueologia, não se limitou a um espaço do
Mediterrâneo com o qual os gregos contactavam regularmente. A fundação das suas
colónias incentivou e incrementou atividades económicas não só relacionadas com
a agricultura, mas também com o comércio, o artesanato e com a exploração de
recursos naturais, no caso particular da península Ibérica, metais preciosos. Atenas
tornou-se num dos principais centros comerciais do Mediterrâneo, sendo o Pireu
o principal local de entrada e saída de produtos. As principais culturas
desenvolvidas eram os cereais, a oliveira, a vinha e a figueira. A criação de
gado como as cabras, as ovelhas e o porco, complementavam as atividades
desenvolvidas. As montanhas eram propicias à produção de mel. Nas zonas
urbanas, as oficinas eram os locais de produção da olaria, da carpintaria,
vestuário e calçado assim como da metalurgia. A produção de vasos de cerâmica,
armas de ferro e bronze, estátuas e navios requeria matéria prima. Exploravam
rochas ornamentais como o mármore e extraíam do subsolo prata e chumbo.
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